Vários dispositivos conectados a uma cabeça que faz referência à inteligência artificial e internet das coisas

A dúvida é comum e vale a discussão, afinal, os dois conceitos estão intimamente relacionados e trazem benefícios específicos para os negócios. Ainda carentes de especificação e padronização amplamente aceitas pelo mercado, o significado genérico destes termos é conhecido pela indústria e é aplicado de forma isolada justamente pela falta de standards. Mas a história nos mostra que tecnologias duráveis não tardam a ser oficialmente definidas.

O QUE É M2M?

Sigla para Machine to Machine ou Máquina a Máquina, M2M, como o próprio nome diz, trata-se da comunicação realizada entre uma máquina e outra, geralmente entre um dispositivo conectado e uma central de monitoramento ou controle deste mesmo dispositivo.

Como exemplos de aplicações específicas de M2M podemos citar telemetria, e monitoramento remoto. Na prática, é a troca de informações entre um sensor remoto e um software instalado em um computador que irá processar os dados enviados.

Se esse sensor é responsável pela geolocalização de um veículo, por exemplo, ele irá reportar, em tempo real, a rota feita pelo motorista. Se está posicionado em uma represa, poderá enviar informações sobre o nível de água. Se é um termostato, enviará informações sobre temperatura.

Enfim, são vários os exemplos de sensores e dispositivos com funções específicas e diversas. As informações geradas por eles podem ser transmitidas por diversos tipos de conexão como sinal de rádio e bluetooth, além de conexões via cabo. Nas primeiras comunicações de máquina com máquina, os sinais eram transmitidos via linha telefônica.

Atualmente o mais comum é utilizar sinal de celular, por garantir um alcance maior, e Wi-fi, que apresenta custo reduzido. Segundo levantamento da consultoria Teleco, especializada no mercado de telecomunicações, até julho deste ano já havia 11,8 milhões de acessos M2M no Brasil, alta de 6,8% frente a julho de 2015.

SIMILARIDADES E DIFERENÇAS

Considerando essa explicação, é fácil perceber a relação entre M2M e IoT. “Apesar de parecerem se confundir em seus propósitos, são tecnologias distintas. Uma utiliza a outra. IoT faz uso fundamental de M2M para permitir a agregação de valor em novos níveis aos negócios além de possibilitar a implementação de uma nova geração de ideias que prometem mudar a vida social atual”, esclarece o IoT Advisor da iotrix, Adolfo Brandão.

“Um sistema de IoT é composto por elementos que se comunicam. A comunicação entre estes é aplicação de M2M. Porém, como não existe uma tecnologia concreta chamada M2M, como um software ou protocolo, por exemplo. Por isso, fica a cargo de tecnologias reais realizar o papel do M2M. Entre elas, podemos citar protocolos como TCP/IP, MQTT e REST”, acrescenta Adolfo.

REFLEXOS NO MERCADO

Enquanto o M2M tem um caráter mais comercial, com foco no desenvolvimento de soluções de negócios, redução de custos e aumento de eficiência produtiva, “a Internet das Coisas, além de industrial e empresarial, é também pessoal e social por ter reflexos diretos sobre o dia a dia e rotina da população”, afirma Adolfo.

Por isso, mais do que uma informação objetiva sobre o nível da água de uma represa ou o superaquecimento de um motor, como acontece no M2M, na Internet das Coisas as informações geram novas informações e até insights.

“O dispositivo M2M tem um objetivo muito claro e delimitado e está direcionado a prover uma solução específica. Esses dados dificilmente são integrados às aplicações da empresa com o propósito de gerar melhorias na performance global do negócio”, explica Adolfo.

A tendência atual é o desenvolvimento de produtos IoT. Mesmo conhecendo os benefícios da utilização isolada de alguma solução M2M, não se pode deixar de ter em vista um horizonte mais vasto onde as tecnologias de nuvem, computação cognitiva e ubíqua, big data, analytics e a integração de aplicações empresariais possam alimentar estratégias de mercado, motivar mudanças, agilizar reações e reduzir impactos.

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