Políticas públicas para Internet das Coisas

Um consórcio formado por diversas instituições de renome nacional e internacional deu o pontapé inicial que o mercado precisava para discutir propostas de políticas públicas para a Internet das Coisas no Brasil. No final de agosto, o grupo lançou o documento “PoETAS.IT“, aberto à contribuição de qualquer pessoa ou instituição.

“É um documento vivo. Esperamos que colaborativamente a própria sociedade possa se envolver no assunto e definir, juntamente com os integrantes do consórcio, estratégias de políticas públicas que beneficiem o Brasil e o coloquem no mesmo passo de potências de primeiro mundo no que se trata de IoT, mas respeitando as peculiaridades e contexto inerentes ao nosso país”, afirmou Eduardo Peixoto, executivo chefe de negócios do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), instituição que encabeça o grupo.

Fundamentado em estudos realizados dentro e fora do Brasil, o documento tem tudo para se tornar o norte estratégico para a criação de políticas públicas para a Internet das Coisas no país.

“Principalmente por esse caráter colaborativo que possui. Com a participação de várias frentes da cadeia de produção, será possível coletar as principais demandas, necessidades e desafios deste mercado. Essa riqueza de informações certamente contribuirá para estabalecer políticas mais assertivas, direcionadas e que estejam em sintonia com a nossa realidade”, avalia o IoT Advisor da iotrix, Adolfo Brandão.

O material também poderá contribuir para as discussões em torno do Plano Nacional de Internet das Coisas, iniciativa do governo federal que está sendo conduzida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) juntamente com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

“Seria importante que essas duas frentes unissem os esforços já que uma tem o olhar do mercado e do setor privado e a outra tem o poder de conceder incentivos financeiros e estabalecer regras e legislações que possam garantir a implantação e difusão das tecnologias”, afirma Adolfo.

SETOR DE SERVIÇOS EM FOCO

A abordagem do PoETAS.IT é tão direcionada às tendências de mercado e às características próprias da economia nacional, que já foi definido o setor que deveria ser alvo das ações de fomento: os serviços. Segundo o documento, esse setor é responsável por 72% do PIB brasileiro e estratégias iniciadas a partir dele certamente terão desdobramentos sobre os demais, em especial sobre a indústria.

“É importante esse olhar sobre o setor de serviços pois, como o próprio documento destaca, as políticas públicas de impacto econômico mais recentes tiveram como foco a indústria. Então já existe uma indicação de que, para alcançar o sucesso, é preciso pensar também em ações voltadas para os serviços”, pondera Adolfo.

O PoETAS.IT propõe uma Estratégia Nacional de IoT baseada em três pilares:

  1. Consolidar um ecossistema de IoT no país que possa desenvolver plataformas de produtos e serviços globais no território nacional, e que estejam assentadas em sólidas arquiteturas de padrões, tecnologias e negócios;
  2. Direcionar o foco da atenção, dos programas, planos e projetos deste ecossistema de IoT para a combinação do setor da indústria com o setor de serviços da economia brasileira, identificando oportunidades e superando gargalos nos serviços habilitados por produtos que se relacionam com a indústria, a agropecuária e, retroativamente, com o próprio setor de serviços;
  3. Criar condições para que os novos negócios gerados pelo ecossistema de IoT no Brasil, por um movimento de cascata a partir dos serviços, aumentem a produtividade de todos os setores da economia.

Os interessados em colaborar com a construção desse material, podem mandar suas contribuições para poetas.it@cesar.org.br.

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