Internet das Coisas - Nuvem com vários dispositivos conectados

Até o final deste ano, o governo espera apresentar o Plano de Ação Nacional para Internet das Coisas, iniciativa que está sendo conduzida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) juntamente com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

O objetivo é elaborar uma política específica para o setor, aproximar as iniciativas em andamento assim como as empresas que integram a cadeia de produção, além de estimular pesquisas na área e fomentar a geração de empregos. “Há ações de IoT acontecendo no mundo. Precisamos dividir conhecimento. Há muitas oportunidades de negócios, mas temos que estruturar quais são as competências do Brasil”, reconheceu o gerente setorial das indústrias de tecnologia da informação do BNDES, Ricardo Rivera.

Para o IoT Advisor da iotrix, Adolfo Brandão, é importante que o plano, com validade entre 2017 e 2022, seja flexível o suficiente para acompanhar as diversas mudanças que o mercado de IoT deverá sofrer nos próximos anos. “Mesmo em outros países, onde essas tecnologias já está sendo bastante exploradas, ainda não se atingiu uma maturidade. É tudo muito novo e agora é que estão sendo realizados esforços para regulamentação e padronização. Por isso, esse plano não pode definir rigorosamente certos parâmetros que sequer são conhecidos na totalidade ainda”, afirma.

 

Sistemas em constante evolução

Conectados e capazes de gerar informações em tempo real, os dispositivos que integram o mercado de Internet das Coisas podem sofrer mudanças constantes, mais precisamente na velocidade em que os usuários reagem às aplicações. “Considerando essa dinâmica, é preciso que as ações que envolvem o plano sejam baseadas na experiência prática e na observação dos resultados dos projetos. Só assim essa iniciativa pública irá atender às necessidades do mercado mundial”, antecipa Adolfo.

Para o especialista, o papel do governo tem que ser de facilitador. “O que se espera são incentivos fiscais, parcerias com universidades, abertura para importação de tecnologias de fora que poderiam ser aplicadas aqui, enfim, incentivos ao desenvolvimento de projetos, em especial aqueles que vão favorecer a população mais carente”, avalia.

 

Padronização é essencial

Adolfo acrescenta que a padronização dos produtos depende muito mais da realização de parcerias entre as empresas que integram a cadeia de produção do que necessariamente da intervenção pública. “Fora do Brasil, algumas empresas já se reuniram para propor um padrão de integração dos dispositivos, permitindo que a aplicação de um fabricante converse com a de outro. Já definiram, por exemplo, especificações de arquitetura de sistemas de internet das coisas”, detalha.

Ter padrões específicos e bem definidos pode ser fundamental para a expansão deste mercado e certamente o Brasil terá que acompanhar as tendências que já estão surgindo lá fora. “Temos que ter um desenvolvimento alinhado com outros países e com os principais polos tecnológicos do mundo e é preciso que o Plano Nacional também considere isso. O Brasil precisa acompanhar as principais tendências de mercado”, antecipa Adolfo.

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